A Favola da Medusa, Dada Dandy: The Lisbon-based experimental outfit A Favola da Medusa has at its core the trio of multi-instrumentalist Miguel Martins, guitarist Filipe Homem Fonseca and harpist Ana Dias, with the focus on dadaist free-rock aesthetics. Joined by guests Sonia Montenegro, Bernardo Nascimento, George Haslam, and Rebecca Gradissimo, this collection of live and studio sessions is what avant-garde is all about. Soundscapes that drone and shout, dissonance that morphs into tiny expressions and massive constructs, and the sudden emergence of melodic interludes from the brutal din of dissonance that switch the perspective 180 degrees. Supremely engaging. Dave Sumner http://www.wonderingsound.com/news/new-jazz-week-todd-bishop-baloni-busnoys/

"A Favola da Medusa feat. George Haslam","Dada Dandy", Slam Productions, SLAMCD553, 2014.

Células curtas, insistências, matraqueamentos, timbres acompanhados por uma graduação sonora, argamassa que tem a ver com a constituição de estruturas que representam um peso e uma medida; o peso está na atmosfera que se encrenca, máquina abusiva sonora que se estraga pelo próprio abuso sonoro até à destruição do fraseado; os instrumentos não o são, como em muitas das músicas de improvisação: os instrumentos "não se instrumentalizam", não fornecem frases-suportes musicais que se entendam dentro de esquemas já prefigurados. São figuras da própria improvisação. O que se prefigura é a existência de uma maquinaria que avança conforme uma certa ciência da improvisação, que está incluída nos músicos aqui presentes, sobretudo na experiência de George Haslam, cuja discografia representa vários e múltiplos anos de actividade, embora, neste contexto, Haslam tenha aberto o seu campo para uma improvisação baseada numa solução sonora colectiva que não representa o que Haslam nos forneceu nos últimos anos, apesar da sua discografia nos informar sobre as suas várias passagens pela música improvisada, desde o Free-Jazz, aquilo que se chama Free-Jazz, até ao pós-Free-Jazz onde os intervenientes criam sintomas sonoros que não têm uma finalidade imediata, e sem que utilizem suportes com os quais se possam adivinhar as orientações musicais, e onde o fio sonoro vai acabar; a música improvisada deste modo não tem uma conclusão, não tem um fim; e nem sequer tem finalidade a não ser a de ser ela própria, e de ser um processo expressivo por haver mentalidades emotivas que se exprimem dentro deste "canevas" que os músicos que se conhecem há alguns anos traçam, sobretudo a começar pela sonoridade dos instrumentos que, como disse acima, não são instrumentalizados: são peças que se associam ao expressivo dos músicos com os quais não se realizam só finalidades musicais – daí o serem considerados tradicionalmente como instrumentos – mas são em si elementos do comportamento sonoro que os músicos exprimem e que, simultaneamente, não exprimem; nesta contradição aparecem as sonoridades descarnadas e sem alimento retórico. As músicas de improvisação fornecem o que se ouve e o que foi recusado pelos músicos; as duas vertentes estão enunciadas ou, pelo menos, podem situar-se numa esfera propositada. A massa sonora não é espectacular, não procura uma certeza musical ou uma afirmação categórica que os músicos do Free-Jazz dos anos sessenta procuravam. As épocas são outras e os resultados sonoros necessariamente outros. O facto de que os músicos dos anos sessenta que praticavam a improvisação terem caído num "expressionismo categórico" significava a necessidade de um posicionamento politico-social pela afirmação de um conteúdo "exasperado" que assim se exprimia e que, hoje, apesar de não ter perdido o seu lado radical, esta proposta musical soa forçosamente de um modo menos espectacular e menos autoritário.Alberto Velho Nogueira

TRANSLATION "The Favola Medusa feat. George Haslam "," Dada Dandy ", Slam Productions, SLAMCD553, 2014.

Short cells, reminders, matraqueamentos, accompanied by an audible tone graduation mortar that has to do with the creation of structures that represent a weight and measure; the weight is in the atmosphere that trouble, abusive sound machine that spoils the sound abuse itself to destruction of phrasing; the instruments are not, as in many of the songs from improvisation instruments "not instrumentalize" not provide musical phrases supporters understand that within schemes already foreshadowed. They are figures of improvisation itself. What is prefigures the existence of a machinery that science progresses as some improvisation that is included in musicians present here, especially the experience of George Haslam, whose discography is various and multiple years of activity, although in this context Haslam opened your field for a solution based on a collective sound that is not what Haslam has provided us in recent years, despite his discography inform us about his various stints in improvised music since the Free-Jazz, improvisation that what is called Free-Jazz, to post-Free-Jazz where players create sound symptoms that have no immediate purpose, and without using media with which they can guess the musical guidance, and where the wire will end sound; improvised music in this way does not have a conclusion, is not an end; and does not even have to aim than to be itself, and to be a significant process for having emotional attitudes which are expressed within this "canevas" that musicians who know a few years trace, especially starting with the sound of instruments which, as said above, are not exploited: they are parts that are associated with expressive musicians with whom not only perform musical purposes - hence the traditionally be considered as instruments - but are in themselves elements of sound that musicians express behaviour and which simultaneously do not express; this contradiction appear gaunt and without the rhetorical background sounds. The music improvisation provide what you hear and which was refused by the musicians; the two strands are laid or at least can be located in a purposeful sphere. The sound mass is not spectacular, looking not sure a musical or a categorical statement that the Free-Jazz musicians of the sixties sought. Seasons are other and sound results necessarily others. The fact that the musicians of the sixties practiced improvisation have fallen into a "categorical expressionism" meant the need for a political and social positioning the affirmation of a "exasperated" content that was expressed well and that today, despite not having lost its radical side, this musical approach sounds necessarily a less spectacular and less authoritarian manner. Alberto Velho Nogueira